Escutando Epica- Symphonic Metal


Recentemente, tenho escutado bastante a banda Épica. Ela se situa no que se convencionou chamar de Symphonic Metal, o meu estilo favorito de rock. Dentro deste estilo, é esta banda o que mais me agrada. Gosto particularmente do timbre de voz da cantora, a Simone Simons, e poderia acrescentar que vê-la cantar como que completa o deleite.

No entanto, em se tratando do que vai nas letras, a banda, como era de se esperar, sustenta uma visão de mundo um tanto equivocada. A princípio, pensei que se tratavam de ateus. Mas, por uma leitura mais recente e também breve, parece que eles partilham daquela ingênua suposição de que Deus seria o autor de todas as religiões. Esta é uma crença bem difundida atualmente, segundo a qual as diferentes formas teológicas seriam como que uma palavra antepenúltima e incompleta sobre a divindade. Para a compreensão exata, dever-se-ia abandonar estas adesões fragmentárias, as imagens e os símbolos, e adentrar na experiência direta e supra-conceitual de Deus, que seria a essência da religião, a mística. Como uma tal experiência é, por força, algo muito restrito a uns poucos, seja pelos que dela alcançam conhecimento, seja pelas diversas purgações que ela implica, a fim de que algo de Deus se tornasse conhecido por todos os sujeitos, as fórmulas ou conceitos tornam-se necessários. Seriam como um modo menos perfeito, e, portanto, totalmente dispensável para os místicos.

Esta doutrina tem sido defendida também por alguns representantes da espiritualidade hindu. No entanto, o pessoal da banda Épica, pelo que li, não defende sequer esta utilidade condicional da religião. Em suas letras, eles criticam duramente a dominação imposta às pessoas, a alienação dos indivíduos e fazem ainda uma severa crítica a Jesus pela sua indefensável e inaceitável pretensão de exclusividade.

Segundo as palavras de um comentador, eles defenderiam que Deus criou todas as religiões, mas para que os homens pudessem, a partir delas, extrair a pureza da fé e não empanturrar-se com suas doutrinas.. rs. Não é preciso comentar como tal afirmação é ingênua, incoerente, precipitada e pueril. Se alguém quiser, eu posso até comentar, mas...

Enfim. Sigo gostando da banda. Não posso exigir que sejam cristãos e, não sendo, não posso exigir que suas letras, sobretudo em se tratando de religião, tragam grandes verdades. Além disto, algo da crítica sobre a manipulação vai bem a calhar para vários movimentos religiosos no mundo.

A nível instrumental, o que fazem é ótimo e me identifico muito com essa puxada clássica e lírica da banda. Enfim, quem quiser dar uma escutada, recomendo. Abaixo vai um video onde a Simone nos agracia com a sua beleza, estética e sonora, que lhe foi dada - quem diria? - por Nosso Senhor Jesus Cristo, o único Deus :D. Abraço


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